A actriz usou a sua plataforma de Instagram esta segunda-feira, dia 1 de Fevereiro, para revelar, finalmente, o nome do seu agressor.
Há anos que Evan Rachel Wood ( "Across the Universe", "Tudo Pode Dar Certo") faz campanha contra a violência doméstica, tendo admitindo ter mantido um relacionamento tirânico que a terá deixado com graves sequelas a nível emocional. Numa entrevista à Rolling Stone norte-americana, em Novembro de 2016 falou de um abuso "físico, psicológico e sexual" às mãos de um companheiro, admitindo ter sido violada por "uma pessoa importante enquanto estávamos juntos".
O seu depoimento, em Fevereiro de 2018, onde assumia ter tido medo de ser assassinada - "eu senti verdadeiramente que podia morrer" - permitiu não só desconstruir o estigma de que "só acontece aos outros" como foi a base para a implementação do "Phoenix Act" que estendeu o prazo para denúncias deste foro de três para cinco anos. Serviu também de alerta e encorajamento de outras mulheres, ao admitir que chegou a ceder ao medo de "retaliação, insultos e chantagens" perpetrados por alguém com mais poder e influência, cuja "indústria" protege.
Desta vez, as declaracões pessoais tinham como propósito acabar com as cadeias de secretismo auto-imposto, da vergonha e sentimentos de culpa muitas vezes manifestados pelas vítimas e a "responsabilização", que sobre elas recai - lembram-se dos obsctáculos colocados a Jodie Foster n'Os Acusados? E juntamente com outras sobreviventes de violência doméstica conseguiu mudar a lei e voltar a erguer-se, qual Fénix:
"Coisas más podem passar-se mas podes ressurgir das cinzas."
Apesar de nunca ter sido denunciado explicitamente, recaía já sobre o autor da canção "I Want to Kill You Like They Do in The Movies" a suspeita de que seria ele o "homem perigoso" sobre qual Evan advertia, principalmente depois das declarações polémicas à revista Spin em 2009, em este que admitia fantasiar "esmagar-lhe a cabeça com uma marreta".
A relação com Manson, que veio a público em Janeiro de 2007, terá começado quando a protagonista de "Treze" - agora com 33 anos - era ainda uma adolescente, tendo-a este manipulado a seu bel-prazer e abusado dela "de forma horrível" durante os três anos e sete meses de relacionamento.
Mais relatos de "lavagem cerebral", "terror psicológico", "privação do sono" e "submissão" vieram a lume depois da corajosa denúncia de Wood, que deu voz a outras quatro vítimas do controverso artista.
Os representantes deste, que já tinham negado a veracidade de outras alegações semelhantes, no passado, não emitiram ainda um comunicado oficial mas o músico já se pronunciou na sua conta de Instagram, defendendo a "verdade" de que as queixas não passam de "horríveis distorções da realidade".
Hollywood estava a recuperar dos testemunhos de comportamentos estranhos e violentos da parte de Armie Hammer ("Chama-me Pelo Teu Nome") - cujas acusações variam desde cortes não autorizados em zonas íntimas até ameaças de canibalismo - quando volta a estar no epicentro de mais uma polémica deste calibre.
A estrela de "Westworld" foi agredida, ameaçada de morte e remeteu-se ao silêncio durante anos com medo de possíveis retaliações e de todo um escrutínio que se pode revelar esmagador mas foi determinada e valente na sua resolução de tentar evitar "que outras mulheres passassem pelo mesmo".
Que sirva como lição e exemplo para outras mulheres na mesma situação de vulnerabilidade. Se se sentem aprisionadas numa relação violenta ou conhecem alguém nessas condições, por favor peçam ajuda: a linha de serviço de informação a Vítimas de Violência Doméstica é esta - 116 006 - e funciona todos os dias úteis úteis das 9h00 às 21h00.