Pintura de Columbano
"Estavas, linda Inês, posta em sossego,
De teus anos colhendo doce fruto,
Naquele engano da alma, ledo e cego,
Que a fortuna não deixa durar muito,
Nos saudosos campos do Mondego,
De teus fermosos olhos nunca enxuto,
Aos montes ensinando e às ervinhas
O nome que no peito escrito tinhas.
(...)"
(C. III, 120ª estância de "Os Lusíadas")
A trágica história de amor de Inês de Castro e D. Pedro I é sobejamente conhecida. São incontáveis as linhas que lhe foram dedicadas. Sabemos que Inês tinha apenas quinze anos quando os dois se enamoraram. Que era bela. Conhecemos as descrições de Fernão Lopes, que nos mostram um Pedro alto e ruivo, justiceiro e generoso que defendia que "dia em que o Rei não dá, não merece o nome de Rei". Sabemos também da execução de dois dos carrascos de Inês e dos túmulos que, perdido de amores, mandou erguer em Alcobaça para si e para a sua amada. Sabemos que, ainda hoje, passados 660 anos da morte da fidalga galega, as sepulturas continuam a ser visitadas e o romance celebrado.
Mas, e de Constança, a esposa traída, o que se sabe?
Peguei num dos livros de história cá de casa e chegado ao oitavo reinado (1357-1367) procurei por informações relativas a D. Constança. Enquanto a estória de Pedro e Inês ocupava duas páginas, D. Constança teve direito a cinco parcas linhas. Descobri que se chamava D. Constança Manuel, era filha de um "riquíssimo e poderoso fidalgo, pretendente ao trono de Castela", que se casou com D. Pedro por procuração e que só volvidos quatro anos se conheceram. Na quinta linha já existia uma referência a Inês, uma dama do seu séquito.
Voltei-me para outra obra. Desta feita, "Amantes dos Reis de Portugal". Descobri que foi em Agosto de 1340 que a legítima esposa de D. Pedro chegou a Lisboa, "acompanhada de seu pai e de muitos cavaleiros de Portugal e Castela", tendo sido recebida "com grande prazer e alegria" e abençoada pelo bispo na Sé, em conjunto com o noivo.
O parágrafo seguinte já só fala em Inês, na sua "formosura" e na paixão, à primeira vista, que terá despertado em D. Pedro.
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Sobre a autora: Isabel Machado é jornalista, nasceu em Lisboa, concluiu o 12.º ano nos Estados Unidos e é licenciada em Línguas e Literaturas Modernas pela Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa. Nos anos 80 recebeu o primeiro prémio nacional de um concurso europeu de dissertação, promovido pela "Alliance Française" de Paris e, em 2003, foi-lhe atribuído um prémio de jornalismo da fundação "Roche" e da Liga Portuguesa Contra o Cancro, por uma reportagem publicada na revista "Lux Woman" sobre cancro infantil. Fez trabalhos de tradução e de interpretação simultânea, lecionou Português e Francês no ensino básico e Português como língua estrangeira. Durante 11 anos foi pivot e jornalista da Televisão de Macau, colaborando regularmente com publicações locais. Em Portugal, foi pivot do Canal Parlamento desde 2003 até Janeiro de 2011. Em 2012 publicou o seu primeiro romance histórico intitulado "Isabel I e o seu Médico Português" e, em 2014, "Vitória de Inglaterra – A Rainha que Amou e Ameaçou Portugal" (2.ª edição).
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