FICHA TÉCNICA:
Autor: Andy Mulligan
Editora: Editorial Presença
Número de páginas: 200
P.V.P. - 13,95€
SINOPSE OFICIAL:
Num país do terceiro mundo, num futuro não muito distante, três rapazes tentam sobreviver nas montanhas de lixo nos subúrbios de uma metrópole. Num dia de sorte e azar, Raphael encontra algo muito especial e misterioso. Tão misterioso que decide guardar, mesmo que a polícia da cidade ofereça uma bela recompensa pela sua devolução. Essa decisão traz terríveis consequências e, em breve, os rapazes do lixo vão ter de usar toda a sua astúcia e coragem para escapar aos seus perseguidores.
O VEREDICTO:
«Chamo-me Raphael Fernández e sou um miúdo da lixeira. As pessoas dizem-me: "Imagino que nunca devem saber o que é que vão encontrar, a vasculhar o lixo! Quem sabe se hoje não é o teu dia de sorte?", e eu digo-lhes: "Ó amigos, acho que sei o que é que vou encontrar.»
«Chamo-me Raphael Fernández e sou um miúdo da lixeira. As pessoas dizem-me: "Imagino que nunca devem saber o que é que vão encontrar, a vasculhar o lixo! Quem sabe se hoje não é o teu dia de sorte?", e eu digo-lhes: "Ó amigos, acho que sei o que é que vou encontrar.»
Assim começa TRASH - OS RAPAZES DO LIXO, polémico bestseller escrito pelo londrino Andy Mulligan que segue as pisadas de três rapazes (Raphael, Gardo e Jun-Jun/Ratazana) residentes num país imaginário do Terceiro Mundo (que nos transporta rapidamente para o ambiente das favelas do Brasil, curiosamente, o local escolhido para a rodagem da adaptação ao cinema desta obra) que encontram uma pequena (mas importante) mala de cabedal que contém algo extremamente valioso para as autoridades locais.
Apesar da juventude do trio protagonista, a qual faria supor uma leitura light, a narrativa é extremamente dura, não se podendo dissociar desta realidade o ambiente em que os rapazes vivem e as atrocidades perpetradas pelo poder político e pela polícia, que os persegue de forma implacável e não olha a meios para obter os seus intentos (que o diga Raphael, que é barbaramente torturado por estes). Contudo, a decisão de Mulligan de "dar a palavra" aos seus protagonistas, apesar de original, nem sempre se revela uma fórmula vencedora, pois a constante troca de narrador torna, por vezes, a história confusa e desequilibrada. Se existem personagens que contam os factos de uma forma entusiasmante e fluída (como o trio de heróis), outros há (como o padre Juilliard e a «supervisora temporária» Olivia Weston) que o fazem de modo mais pausado, descritivo e, consequentemente, mais desinteressante.