FICHA TÉCNICA:
Autor: Matthew Quick
Editora: Editorial Presença
Número de páginas: 288
P.V.P. (aproximado) - 14,94€
SINOPSE OFICIAL:
Pat Peoples está de regresso à normalidade da vida familiar em casa dos seus pais após ter permanecido numa instituição psiquiátrica devido a um traumatismo grave. Da memória deste fervoroso adepto dos Eagles de Philadelphia desapareceu uma participação do clube no Super Bowl e a demolição do antigo estádio. Ninguém lá em casa lhe fala de Nikki, a sua mulher, e até o seu novo terapeuta parece incitá-lo ao adultério. Tudo assume um aspecto cada vez mais estranho. Como a pouco e pouco se vai revelando, anos da sua vida tinham-se pura e simplesmente apagado. Apesar disso, Pat não se deixa desviar daquela que acredita ser a missão de auto-aperfeiçoamento.O VEREDICTO:
"Sem sequer me dizer «olá», a Tiffany começa a andar antes que eu a possa parar. Traz vestida uma saia cor-de-rosa que lhe dá pelo joelho e uma camisola de verão preta. As sandálias de plataforma fazem-na parecer mais alta, e traz o cabelo a formar tufos à volta das orelhas e a cair-lhe sobre os ombros. O contorno dos olhos está um pouco exagerado e os lábios estão pintados de um cor-de-rosa demasiado intenso; mas tenho de reconhecer que ela está com um aspecto formidável e digo-lho:
-Ena, esta noite estás mesmo gira."
E está!
Desta vez cometi o erro de ter assistido ao filme ao invés de ler primeiro a obra que lhe deu forma, pelo que me foi completamente impossível dissociar a Tiffany do papel interpretado no grande ecrã pela recém-óscarizada Jennifer Lawrence.
A beleza serena de Lawrence em nada se coaduna com as intervenções histéricas e ataques maníacos de Tiffany, mas de alguma forma a actriz conseguiu encaixar perfeitamente na vulnerabilidade e maluquice divertida da personagem, presenteando-nos com uma actuação inesquecível.
O que apreciei mais nesta obra foi mesmo a mensagem optimista inerente a cada página, como que um incentivo a perseguirmos os nossos sonhos, a aspirar à verdadeira felicidade, a esquecer as convenções politicamente correctas.
Quantos já não deram por si a pensar que não se enquadravam? Que não faziam parte, que eram "diferentes" dos outros? Quantos de nós já não tiveram um momento em que tudo parecia estar perdido? Eu confesso que sim!
Costumo correr muitas vezes, não como Pat para alcançar a forma ideal, mas com o intuito de "esvaziar" a cabeça de pensamentos, como se a cada passada mais veloz os problemas ficassem definitivamente para trás, como se a cada quilómetro tudo se desvanecesse e ficasse apenas eu e o som das sapatilhas a bater no chão...
A sabedoria popular defende que "de génio e louco todos temos um pouco" e torna-se um pouco perturbador ver a facilidade com que podemos perder o controlo, as estribeiras, a nossa sanidade mental... como se de um momento para o outro nos pudéssemos tornar alguém que desconhecemos, alguém sem limites, sem noção do certo ou errado, alguém que pura e simplesmente faz o que lhe dá na "real gana".
Quick traz-nos, portanto, personagens reais, pessoas que poderíamos encontrar facilmente ao virar da esquina, numa obra tão credível como divertida e cuja leitura nos faz achar que a normalidade está sobrevalorizada.
-Ena, esta noite estás mesmo gira."
E está!
Desta vez cometi o erro de ter assistido ao filme ao invés de ler primeiro a obra que lhe deu forma, pelo que me foi completamente impossível dissociar a Tiffany do papel interpretado no grande ecrã pela recém-óscarizada Jennifer Lawrence.
A beleza serena de Lawrence em nada se coaduna com as intervenções histéricas e ataques maníacos de Tiffany, mas de alguma forma a actriz conseguiu encaixar perfeitamente na vulnerabilidade e maluquice divertida da personagem, presenteando-nos com uma actuação inesquecível.
O que apreciei mais nesta obra foi mesmo a mensagem optimista inerente a cada página, como que um incentivo a perseguirmos os nossos sonhos, a aspirar à verdadeira felicidade, a esquecer as convenções politicamente correctas.
Quantos já não deram por si a pensar que não se enquadravam? Que não faziam parte, que eram "diferentes" dos outros? Quantos de nós já não tiveram um momento em que tudo parecia estar perdido? Eu confesso que sim!
Costumo correr muitas vezes, não como Pat para alcançar a forma ideal, mas com o intuito de "esvaziar" a cabeça de pensamentos, como se a cada passada mais veloz os problemas ficassem definitivamente para trás, como se a cada quilómetro tudo se desvanecesse e ficasse apenas eu e o som das sapatilhas a bater no chão...
A sabedoria popular defende que "de génio e louco todos temos um pouco" e torna-se um pouco perturbador ver a facilidade com que podemos perder o controlo, as estribeiras, a nossa sanidade mental... como se de um momento para o outro nos pudéssemos tornar alguém que desconhecemos, alguém sem limites, sem noção do certo ou errado, alguém que pura e simplesmente faz o que lhe dá na "real gana".
Quick traz-nos, portanto, personagens reais, pessoas que poderíamos encontrar facilmente ao virar da esquina, numa obra tão credível como divertida e cuja leitura nos faz achar que a normalidade está sobrevalorizada.